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Reflexões inovadoras no cooperativismo de crédito

por Equipe Leonel Romanini / sábado, 12 novembro 2022 / Publicado em Destaque

INTRODUÇÃO

O Cooperativismo de Crédito na sua essência, desde o surgimento dos movimentos no século XIX, iniciado por uma carta escrita pelo radical William Lovett, em maio de 1838 – Chamada “Carta do Povo”, fruto de um conjunto de manifestação dos operários naquela ocasião – denominado de Cartismo (o primeiro movimento de massa das classes operárias da Inglaterra, ocorrido entre as décadas de 30 e 40 do século XIX, e que basicamente exigia melhores condições para os trabalhadores na indústria), alicerçada em 6 demandas (denominadas de exigências), foi para mim um fenômeno Disruptivo e transformador para época (derivado das mudanças trazidas pela primeira revolução industrial).

Do mesmo modo que este conjunto de transformações trouxe um citado progresso e benefícios (lucros) a vários de seus idealizadores, uma outra massa vinda do campo para suprir a demanda de mão de obra nas fábricas sofria com salários baixos, péssimas condições de trabalho e turnos de trabalho excessivos.

Vários são os relatos das primeiras décadas do século XIX sobre protestos onde o operariado britânico buscava superar as dificuldades e problemas de seu cotidiano. O cartismo foi o primeiro movimento tanto de classe como de caráter nacional, contra as injustiças sociais da nova ordem industrial na Grã Bretanha.

Num segundo momento, ulterior a este, surge um segundo movimento, liderado por Robert Owen – filho de uma família de modestos artesãos, após galgar diferentes degraus da produção, tornou-se diretor de importantes indústrias escocesas de fiação em Manchester e, aos 30 anos, era coproprietário e gerente de uma fábrica em New Lanark, que havia sido fundada em 1785 por David Dale e Richard Arkwright. Indignado com a forma de tratamento da, ainda classe burguesa frente seus operários (condições sub-humanas e exploração da mão de obra feminina e das crianças), reduziu a jornada de trabalho para 10,5 horas diárias, buscou o tratamento justo aos trabalhadores. Sua proposta e plano de trabalho estava calcada em dois grandes pilares:

Primeiro: ninguém é responsável por sua vontade e suas próprias ações, pois todo seu caráter é formado independentemente de si mesmo; as pessoas são produtos de sua hereditariedade e ambiente (daí o seu apoio à educação e à reforma trabalhista).

Segundo: todas as religiões são baseadas na mesma ideia ridícula de que o homem é um animal fraco, imbecil, um fanático furioso ou um hipócrita miserável.

Um avanço para a época, já que a jornada de trabalho de um típico operário têxtil era de 14 a 16 horas, contrariando as jornadas de 20 horas.

Todos estes movimentos, transformadores na história da humanidade contribuíram naquela época para que, as pessoas que se desligavam das grandes empresas, pela ausência dos “acertos” de forma financeira, recebiam em maquinas, produtos ou matérias primas. Consequentemente, estas pessoas, dotadas de conhecimentos e especialidades diferentes, se uniram, unindo cada um que havia recebido e iniciaram suas produções visando seu sustento. Assim nasce a primeira Cooperativa da História no mundo – Rochdale.

Constituída em 1844 por 28 operários – 27 homens e 1 mulher , em sua maioria tecelões, no bairro de Rochdale -Manchester, na Inglaterra, e reconhecida como a primeira cooperativa moderna, a “Sociedade dos Probos de Pioneiros Rochdale” (Rochdale Quitable Pioneers Society Limited) forneceu ao mundo os princípios morais e de conduta que são considerados, até hoje, a base do cooperativismo autêntico.

Esses operários enxergaram o associativismo como forma de contornar, por meio da compra e venda comum de mercadorias, os efeitos perversos do capitalismo sobre a condição econômica dos trabalhadores assalariados – tendo alugado, com o capital inicial de 1 (uma) libra, um armazém para estocar produtos que, adquiridos em grande quantidade, poderiam ser consumidos a preços mais baratos.

CONTEXTO

O cooperativismo no mundo evoluiu, principalmente o ramo Crédito, evoluiu e conquistou espaço próprio, definido por uma nova forma de pensar o homem, o trabalho e o desenvolvimento social. Por sua forma igualitária e social o cooperativismo é aceito por todos os governos e reconhecido como fórmula democrática para a solução de problemas socioeconômicos.

Os princípios cooperativos foram concebidos sobre diretrizes que orientam as práticas nas cooperativas, a partir do conjunto de valores universais.

Foram originados da forma com a qual os Pioneiros de Rochdale, fundadores da primeira cooperativa moderna, estabelecida na Inglaterra, em 1844, operacionalizavam o negócio em comum, e posteriormente reconhecidos na forma de princípios pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), guardiã da doutrina do cooperativismo.

1º – Adesão voluntária e livre

As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas.

2º – Gestão democrática

As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões.

Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau, os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática.

3º – Participação econômica dos membros

Os membros contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-no democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os membros recebem, habitualmente, se houver, uma remuneração limitada ao capital integralizado, como condição de sua adesão. Os membros destinam os excedentes a uma ou mais das seguintes finalidades: desenvolvimento das suas cooperativas, eventualmente por meio da criação de reservas, parte das quais, pelo menos, será indivisível; benefícios aos membros na proporção das suas transações com a cooperativa; e apoio a outras atividades aprovadas pelos membros.

4º – Autonomia e independência

As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.

5º – Educação, formação e informação

As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que eles possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas organizações. Informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.

6º – Intercooperação

As cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, por intermédio das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.

7º – Interesse pela comunidade

 As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades por meio de políticas aprovadas pelos membros.

Diante estes conjuntos de subsídios e preciosos elementos fica claro o distanciamento entre a autonomia e a legitimidade do Negócio Cooperativo, quando nos referimos ao Ramo Crédito.

A exemplo da disciplina Educação Física nos anos 70, onde sofreu severas pressões para inexistir nas grades curriculares da educação básica no Brasil, ela enquanto parte integrante de uma instituição social denominada escola, teve a necessidade de absorver uma outra instituição social – denominada “Esporte” para sua manutenção e permanência no seio escolar – assim para adquirir sua autonomia – perde sua legitimidade (hoje se retirarmos uma bola da mão de um professor de Ed. Física, dificilmente ministrará uma aula).

Assim sendo, o Cooperativismo de Crédito no Brasil, para adquiri sua autonomia, está cada vez mais aparentando um banco convencional. Isto se dá pela forma de agir, se posicionar e ser percebido pela nossa comunidade.

Nos dias atuais dificilmente percebemos as diferenças entre estes empreendimentos. Por inércia, despreparo ou foco, o movimento não percebe a necessidade de investir em seus participantes visando sua perenidade. Participantes esse, interno e externo.

Interno: para aproveitar as oportunidades existente nestas mudanças Disruptiva de mercado (bolha imobiliária americana em 2008, Crise Sanitária internacional em 2020, dentre várias). O mercado financeiro trouxe aos seus participantes condições favoráveis e assim aprenderam a escalonar estas ondas e todos conseguem sobreviver. Há uma imensa necessidade de convocar todos para um processo de revisão e correção do rumo. Isto se deve tanto para aspectos estruturais (física, pessoas, patrimonial e principalmente de posicionamento) como estratégicos (produtos, comunicação, negócios e relacionamento).

Externo: Convocar os participantes para juntos, revisitar o entendimento para que possamos reconstruir o processo de participação. Hoje a grande maioria desconhece a cooperativa na qual é dono. Cada vez mais o processo de participação nas decisões e aprovação dos rumos para o empreendimento está sendo reduzido e os poucos que participam destas decisões, não estão sendo preparados para tal.

CONCLUSÃO

Hoje vivemos um momento único de começarmos a reparar estas distorções. Focar em pessoas, fazer com que lideranças estejam pré-dispostas a investir em educação, formação e principalmente em relacionamento.

A maior tecnologia do século moderno, não está no Open Banking, Tokenização, Criptomoedas, no Pix, etc., mas sim na Tecnologia da Liderança.

Inovação não estará somente alicerçada no inédito, mas sim, na recuperação de atividades e ações extraordinárias que já fizemos no passado e hoje, em desuso.

O Cooperativismo de Crédito necessidade de pessoas que juntas, possam assegurar que o Empreendimento Cooperativa não seja percebido ou “comprado” de forma equivocada pela sociedade. Nos valores são inigualáveis, assim este é o nosso DNA e o nosso maior diferencial competitivo. Mas para tal, precisamos entende-lo para praticá-lo com propriedade.

Leonel Romanini Júnior

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