Uma nova era para as Cooperativas de Crédito inicia-se em 2023

Nós de Cooperativas de Crédito, estamos inaugurando uma nova era no mundo dos negócios, de forma ampla e significativa, principalmente para as Cooperativas de Crédito.

Primeiramente precisamos entender estas “ondas” para refletir e se reposicionar:

Passamos por um ciclo Pre-COVID, COVID e Pos COVID.
Distanciamento social, isolamento em casa, restrições de locomoção, sem atividades ao ar livre, sem viagens, sem shoppings, sem escolas, sem abraços

Até 2020 vivíamos numa era fortemente Analógica… traduzindo em miúdos, nossos modelos de relacionamento, visitas, negócios, relacionamentos, sempre de forma extremamente presencial e in loco.

Pois na era COVID, começamos a conviver com pressões fortemente digitais. Pois aprendemos a nos relacionar com um modelo de relação mais estruturado no Digital. Negócios, relacionamentos, vendas, reuniões, alinhamentos, dentre outras, de forma remota e a distância … ou seja, no on-line.

Neste período, as cooperativas aumentaram seus depósitos, seus negócios (para aqueles que aproveitaram as oportunidades) e concomitante a isto, refletir, revisar e principalmente valorizar o nosso relacionamento (que hora anda com a necessidade de revisão). Exageros foram cometidos pela abundância do momento. Empresas tecnológicas investiram extremamente em atividades que ainda não estavam validadas (onde com certeza terão que corrigir e se reposicionar agora).

Contudo estes excessos, geraram efeitos colaterais, como: investimentos equivocados, ações desalinhadas com a estratégia (gestão da euforia), oportunidades de todos irem para as redes sociais e ampliarem seus horizontes.

E O 2023? As Cooperativas ?

O pós-pandemia encontra economias nacionais fragilizadas, consumidores cautelosos, desemprego e inflação até mesmo em países mais estáveis. Os processos de planejamento passam a ter ciclos de tempo menores, marcados pela imprevisibilidade. Os conceitos de curto, médio e longo prazo passaram a ser reduzidos em relação ao que se praticava anos atrás. Planejar depende de obter e analisar informações em tempo real, o que pode ser a diferença entre o crescimento, a estagnação ou as perdas.

O NOSSO RELACIONAMENTO?

Após anos estudando as “crises do Crescimento” onde este aspecto em cooperativa é desafiador, ou seja, crescer sem distanciar, o comportamento pós pandemia, no entanto, tem indicado que pessoas querem estar com pessoas e que as experiências de consumir bens digitais, como livros, filmes, experiências que só existem em grande escala, atualmente virtualmente, deixou de ser um atrativo. O impacto do cenário macroeconômico, com inflação e desemprego em alta, juros subindo, índices de pobreza aumentando, entre outros, leva o consumidor a repensar onde e como vai gastar (ou investir) seu dinheiro.

EFEITOS ESPERADOS

Os produtos e serviços, ou seja, as soluções, principalmente quando parte, atrelada a uma empresa respeitada e com histórico de crescimento e inovação, cria-se um certo grau de ansiedade em torno dela.. A novidade se apresenta e algumas vezes é abraçada como a grande tendência dos próximos anos, mas nem sempre isso acontece. Na hora da decisão de compra, o comportamento humano é que vai determinar se aquela tecnologia vai ter utilidade prática no dia a dia, ganhar escala de produção, consumo e gerar lucro.

Se pensarmos nas estratégias para as Cooperativas de Crédito, as perguntas de 2023 são:

1. será que as Cooperativas estão dispostas a pagar para sair na frente em determinadas tendências?
2. Se sabemos que cada vez mais, as pessoas vão consumir menos, mais produtos … existe possibilidade de um consumo em alta escala?
3. As concentrações virão ? Pois cada vez mais estamos crescendo NA base e menos A base!
4. Nosso apetite ao Risco está alinhado à estratégia, ou a nossa composição em “ Silos” (departamentos que não estão alinhados) não permitirá isso?
5. Alta escola ou local ?

Neste momento, com um cenário marcado pela incerteza, aumento de preços de insumos, do custo da mão de obra, de pressões sobre maiores taxas de juros e de cobranças das cooperados, pelo respeito ao ecossistema e principalmente pela qualidade de vida das pessoas, vários paradigmas foram mudados: modificaram processos e levaram as cooperativas a buscarem maneiras alternativas de produzir: melhor, mais rapidamente, com custos menores e dentro de certos parâmetros ambientais e sociais aceitos pelos consumidores.

Acredito muito, ouvindo colegas de trabalho, amigos docentes da nossa FGV, que temas importantíssimos sobre o qual as Cooperativas e empresas no geral terão que refletir em 2023 é a questão da saúde mental, tanto de suas equipes, no trabalho, quanto de seus Cooperados, nos processos de melhoria da experiência no uso de soluções financeiras.

Gestores de um modo geral, vem reportando os impactos do uso excessivo da tecnologia, sobrecarga de reuniões e discussões. Uma nova geração chega ao mercado de trabalho e consumo, com uma cultura mais inovadora e menos resistente às frustrações, colaborando para o aumento sensível do Turn Over. O que fez-se? Por onde iniciar ?

O excesso de tecnologia no dia a dia das pessoas passou a ser um fator de estresse. O que supostamente viria para agilizar, por muitas vezes (por questões até mesmo de disciplina) está interferindo negativamente na vida e nas relações! Notificações periódicas e insistentes, pushing, mensagens que chegam em todos os aplicativos, em todo momento, agendas sobrecarregadas, tudo isso vem contribuindo para o aumento nos índices de burnout e pedidos de desligamento de profissionais altamente qualificados.

O que chamamos de movimentos “pendulares” ou seja, mudanças que oscilam e necessitam de um tempo para maturar, trazendo consigo, avanços, revisões, frustrações e aprendizados … precisam ser sopesamos e com “ leveza” promover crescimento da empresa e das pessoas …
Neste contexto, talvez seja necessário buscar ajuda de profissionais competentes e preparados para nos ajudar ..

A ORDEM DO DIA, os desafios para 2023, está na nossa condição de reavaliar, refletir, ouvir, aprender e se reposicionar!

O negócio dos negócios são as pessoas, investir em pessoas (colaboradores e cooperados) para promover sustentação das nossas empresas e dos nossos negócios!

Leonel Romanini Júnior

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